A gente só tem condições reais de nos analisarmos diante da vida, quando atingimos o nível mais baixo,em que ela pode nos levar.É claro que,um pouco acima dos"sete palmos"abaixo da terra.Quando a matéria já não tem mais como escolher entre,a luz e a escuridão,na vida.As pessoas não escolhem estar na pior,mas podem seguir caminhos que os levam até lá.Nesse caso,eu vou falar somente por mim,sem observar,analisar ou julgar outros,muito menos aconselhar,ensinar ou(tentar)doutrinar alguém.No máximo,trocar informações e,mesmo assim,dentro daquilo que considero, primordial,para uma conversa"saudável"e inteligente,que é a,identificação(se eu me identifico,eu observo e absorvo melhor a conversa),porque até os animais (cachorro e gato,por exemplo)quando se identificam, convivem juntos,sem precisarem estar sob leis.
Quando digo nível mais baixo,podemos chamar no popular de,"fundo do poço". E eu,conheço de dentro,pra poder falar como é,estar no"fundo do poço". Deixemos o tempo verbal SUBETENDIDO (podemos dizer que essa é a nossa marca,como escritor),porque,se "estive"ou se "estou",acaba sendo irrelevante,diante da profundidade dos fatos,que ocasiona tamanha solidão,que chego a
tratar o presente e o passado,como dois atos em comum, para"trapacear"o futuro. O futuro é sempre enganado !
Quero deixar bem claro aqui,que a religião não entra nessa história. Ela nada tem a ver com o medo e o fundo do poço. Mesmo porque, o que devemos temer está em mente,porisso,não vejo razão para ela. Na prática,respeitar a opção de cada um mas jamais temer o nada !
Por todas as transformações que venho tendo ao observar o mundo, faço uma leitura da vida tentando emitir um som da mesma forma,com voracidade, absorvendo vírgulas e pontos.
Conhecer o fundo do poço,me faz conhecer o tudo da vida ; o frio,a fome,a caridade...
Comecei à observar as pessoas do chão.
-- Não,não morei na rua !
Bem,não precisamos, necessariamente,morar na rua (ainda que,os exemplos,aqui citado levem à esse pensamento).
Ainda assim, conheci a rua de dentro dela.Estando nela, vivenciando ela, dormindo nela, observando e aprendendo com ela !A rua,apesar de suas diferenças (geograficamente falando)tem na fome, frio,caridade...toda uma igualdade. Do Leme ao pontal,do Mendanha à Central !
Eu precisava passar por essa experiência (a natureza humana,por si só,explica o inexplicável )!
O fundo do poço,não se revela somente dessa forma. Tente imaginar;um corpo livre com a mente presa.Você é livre para ir e vir,se expressar corporalmente,usar as palavras (escrita e falada)mas sente-se preso.
Depois de algumas leituras que fiz,análises sobre análises, reflexões após reflexões e o mais eficaz para se certificar em uma pesquisa,que é a prática(teoria sem prática é apenas teoria),percebi que,numa auto-gestão, também somos capazes de uma"autocondenação".Não convém dizer como funciona o sistema adotado em nosso país,para tentar explicar,o inexplicável,porque,liberdade é muito mais do que qualquer tentativa de querer explicá-la. Liberdade é liberdade ! Porém,mesmo não desmerecendo às coisas que seguem essa ordem (o sistema),desmereço toda a ordem dada à essas coisas.Para tentar explicar o fundo do poço,eu teria que me enfiar em citações de leis que nos envolve,mas como não tenho esse cacife, juridicamente falando,me reservo à somente dizer o que me cabe; nem mesmo a privação da liberdade se compara à uma mente presa,quando você se condena !
Eu disse que ela não iria entrar nessa história,mas como o passado e o presente enganam o futuro,nem eu mesmo sabia que seria preciso falar de religião para falar do fundo do poço.Se bem que,ela usa e muito esse tema para a"sloganização"da vida,"sem Deus"! Um clichê para o sucesso,usado pelas igrejas mercantis é;"Coloque Deus em primeiro lugar que o mais será acrescentado!"
Interpretações à parte;a religião trancafia mais a mente do que as grades o corpo,mas não posso negar,que ela se aproxima,somente um pouco, daquilo que quero dizer sobre "autocondenação"de um corpo livre,por uma mente que julga,com uma grande probabilidade de acertos,mais do que,um juiz constituído por leis. Leis essas,criadas por poucos,para controlar muitos.
O"fundo do poço"é a forma mais prática e real ,de se entender todo o processo !
(escrito em 13/06/2019)
Marcio Riso